Autoimagem ideal pode não estar no espelho

Padrões estéticos rígidos podem trazer transtornos alimentares e emocionais

Autoimagem é a percepção que temos de nós mesmos, uma espécie de retrato mental que cada pessoa tem a respeito de si e que independe, frequentemente, de critérios objetivos.

A formação dessa imagem pessoal começa lá atrás, na infância, e nos relacionamentos estabelecidos influenciados pela cultura vigente.

Cada pessoa tem um conceito a respeito das dimensões, forma e proporção em relação ao seu próprio corpo e isso vem acompanhado de sentimentos positivos ou negativos.

Nossa autoimagem se forma e consolida com exemplos e aprendizagem. Toda criança depende do feeddback dos adultos e amigos na formação da sua.

Crianças belas que atraem os olhares e comentários dos adultos são ao mesmo tempo elogiadas – o que pode reforçar esse autoconceito – mas também podem ter sobre seus ombros expectativas e cobranças para seguir rigidamente determinados por modelos de beleza.

Futuramente, isso pode gerar distúrbios mentais relacionados às distorções de imagem corporal. Exemplo disso é o Transtorno Dismórfico Corporal (TDM) que pode estar associado a quadros depressivos e ansiosos.

Há alguns transtornos alimentares como a Anorexia Nervosa, (imagem abaixo), em que a distorção da autoimagem é importante, meninas magérrimas se vêem como gordas, e também a Vigorexia, que seria o oposto, ou seja, rapazes bombados se enxergam como mirradinhos, por exemplo.

Quando a imagem real é uma; mas a pessoa se vê de outra forma… Mais gorda ou mais magra

E ainda tem a imagem de si em relação a outras características como força, inteligência, sucesso, etc.

A verdade é que quanto mais estável e positivo for o conceito pessoal, menos conflitos existirão, com melhor qualidade de vida e relacionamentos mais estáveis na vida adulta.

Este “ver-se” positivamente implica em beleza ampla, qualidade de vida, autoestima e saúde, mesmo que não siga os parâmetros impostos pela sociedade e cultura vigentes.

O importante é cada um se sentir feliz com a sua percepção a respeito de si mesmo.

Cirurgias estéticas são um instrumento para melhorar a autoestima do ser humano, rejuvenescer, enfim. É importante que os profissionais fiquem atentos aos exageros envolvidos, especialmente quando se tem uma pessoa extremamente infeliz ou conflitante com a sua aparência, seu corpo.

Nesses casos, vale a pena uma avaliação psicológica antes que novos procedimentos cirúrgicos sejam realizados, até porque tais mudanças externas, por melhores que aconteçam, não refletirão no que é essencial: mudanças internas!

Texto do Professor Doutor Joel Rennó Jr.

Psiquiatra dedicado à saúde mental feminina.

www.psiquiatriadamulher.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *